domingo, 18 de julho de 2010

Pontes ou muros?




O que você tem costruido em sua vida? Pontes ou muros?

Quando me recordo de ponte, vem na minha cabeça a Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio-Niterói, localiza-se na baía de Guanabara, estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e liga o município do Rio de Janeiro ao município de Niterói. A finalidade dessa ponte, foi ligar os dois municípios, que são centros urbanos vizinhos, mas no entanto a Baía os separava, ou então poderiam fazer isso com mais 100km, por meio de uma viagem terrestre...enfim, a ponte uniu, e isso criou postos de trabalhos dentre outras inúmeras vantagens.

Quando penso em muro, a primeira imagem é a do muro de berlim.
Esse muro foi uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar. Não dá nem para imaginar uma coisa dessas.

Logo, se penso em ponte, penso no que ligamos, unimos, e quando penso em muros, penso em tudo que divide, que impede o acesso.

Nas nossas vidas, será que estamos contruindo pontes ou muros? Será que temos feito pontes para as pessoas se chegarem a nós, ou nós nos chegarmos as pessoas? Será que fazemos isso em nossos trabalhos, em nossa igreja, até mesmo dentro de nossa família?
Eu sinceramente, não vejo minha vida sem as pontes, porque sou uma pessoas que gosto de me relacionar. Claro que com uns temos afinidades, com outros nos relacionamos com amor, mas não são íntimos. Mas procuro criar vínculos, e não ficar estreitando relacionamentos, até porque detesto me restringir a uma amizade somente, gosto de ter muitos amigos, graças a Deus por isso. Mas confesso que já fui uma pessoa de muros. Na minha adoslecência ficava escolhendo muito com quem andar, só que fazia essas escolhas de uma maneira por vezes cruel, deixava claro que queria aquelas pessoas, e simplesmente não queria que ninguém se aproximasse das minhas melhores amigas, tinha ciúmes, era egoísta, enfim...ainda bem que a gente cresce né!

Mas com o passar do tempo vi que era complicado essa situação! Até porque se eu construou muros para algumas pessoas, automaticamente algumas pessoas também irão construílos para eu também não chegar ali...foi então que resolvi que nada melhor que criar sempre pontes, estar sempre se relacionando é muito bom! Amo isso até hoje.

Hoje isso me ajuda muito no evangelismo, porque se criamos pontes com as pessoas, criamos vínculos de amizade, podemos levar de forma mais eficaz a palavra de Deus a ela. E isso tem um resultado ótimo, porque se conquistamos a confiança das pessoas, elas automaticamente param para nos ouvir, querem provar daquilo que provamos diariamente, e principalmnete se elas veêm esse resultado em nossas vidas.

Não vale a pena nos fecharmos como ostras, se esquecendo que tem um mundo lá fora sedento da palavra, debilitado dentro de suas carências, problemas diários...as vezes essas pessoas estão precisando que seja construída uma ponte, que chegue nos corações dela. Não dá para ficar estreitando relacionamento, criar uma panelinha e se esquecer dos perdidos. Seja uma boa influência na vida delas, nunca um influenciado.

Tem uma passagem da bíblia que eu gosto muito, dita pelo apóstolo Paulo, e se calhar, por gostar tanto dela, já a tenha postado aqui alguma vez, mas nunca é demais, já que estamos falando de pontes e muros...

"Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho! Se eu o anunciasse de própria iniciativa, teria direito a um salário; no entanto, já que o faço por obrigação, desempenho um cargo que me foi confiado. Qual é então o meu salário? É que, pregando o Evangelho, prego-o gratuitamente, sem usar dos direitos que a pregação do Evangelho me confere. Embora eu seja livre em relação a todos, tornei-me o servo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os judeus, comportei-me como judeu, a fim de ganhar os judeus; com os que estão sujeitos à Lei, comportei-me como se estivesse sujeito à Lei - embora eu não esteja sujeito à Lei -, a fim de ganhar aqueles que estão sujeitos à Lei. Com aqueles que vivem sem a Lei, comportei-me como se vivesse sem a Lei, - embora eu não viva sem a lei de Deus, pois estou sob a lei de Cristo -, para ganhar aqueles que vivem sem a Lei. Com os fracos, tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo. Faço tudo isto por causa do Evangelho, para me tornar participante dele."

1 Cor 9, 16-23

O que queria ele dizer com este “tornei-me tudo para todos a fim de salvar alguns” – como posso viver esta atitude de entrega ao outro para o salvar, para que descubra a vida que Deus tem para ele? Esta atitude tem a ver com procurar empatia com o que o outro vive, com o que sente, com aquilo que é. Tem a ver com a criação de vínculos, de ligações com aqueles que queremos salvar, que podemos salvar, que se encontram conosco, que o Senhor põe na nossa vida ou nos põe na vida deles. Não é você compactuar com seus erros e fraquesas, mas sim ajudá-lo a superar, mostrar o melhor caminho.

Então, vamos criar pontes?